Acupuntura
A acupuntura ou acupunctura (do
latim acus - agulha e punctura - colocação[1]) é
um ramo da medicina tradicional chinesa e, de acordo com a nova terminologia da
OMS - Organização Mundial da Saúde, um método de tratamento complementar. Foi
também declarado Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela United
Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Unesco) em 19 de
novembro de 2010.
O tratamento acupunterápico consiste no diagnóstico (igualmente baseado em
ensinamentos clássicos da
Medicina Tradicional Chinesa) e na aplicação de
agulhas em pontos definidos do corpo, chamados de "Pontos de Acupuntura" ou "Acupontos"
que se distribuem principalmente sobre linhas chamadas "meridianos chineses" e
"canais", para obter diferentes efeitos terapêuticos conforme o caso tratado.
Também são utilizadas outras técnicas alternativa ou complementarmente, sendo as
mais conhecidas a moxabustão (aplicação de calor sobre os acupontos ou
meridianos), a auriculoterapia e, mais recentemente, a eletroacupuntura.
A estreita relação entre o uso das agulhas e da moxa, na acupuntura, fica
evidente na tradução literal da expressão que, em chinês, designa acupuntura (Zhen
Jiú), sendo Zhen agulha e Jiú fogo. O leque de opções do acupunturista,
entretanto, costuma ser bem mais amplo, podendo-se estimular os acupontos e
meridianos com os dedos (do in), moedas, pentes de osso ou de jade (gua sha),
ventosas (ventosaterapia), massagens (tui na) e outras técnicas, como por
exemplo a sangria. A acupuntura chinesa, por seu histórico milenar, acabou por
desenvolver escolas específicas em países próximos da China, dando origem ao
shiatsu (espécie de massagem) no Japão e o
coreo (acupuntura nas mãos, usando-as
como microsistema do corpo) na Coréia. A auriculoterapia foi ainda mais longe,
sendo uma antiga técnica chinesa que viu nascer uma escola com consideráveis
diferenças, porém integralmente tradicional, em um país europeu (a França).
Com as tecnologias modernas a acupuntura vem agregando recursos, como a
eletricidade (eletroacupuntura,
ryodoraku e moxa elétrica), agulhas mais seguras
e práticas, cristais
stiper ("Stimulation and Permanency" - Estimulação
Permanente), esferas banhadas a ouro, prata, de quartzo e de vidro, ventosas de
material plástico ou acrílico com válvulas de pressão, ventosas de borracha,
porém sempre observando os mesmos princípios da
Medicina Tradicional Chinesa.
É fundamental compreender que, apesar do uso de recursos tecnológicos atuais, a
acupuntura que se realiza hoje é exatamente a mesma que se realizava nos
primórdios da civilização chinesa, utilizando um raciocínio absolutamente
estranho à medicina ocidental e sem qualquer preocupação ou influência relativa
à existência ou não de explicação científica dos fenômenos verificados. Os mapas
de meridianos ultrapassaram milênios chegando quase intocados aos dias atuais; o
raciocínio que se desenvolve na verificação e tratamento dos problemas práticos
apresentados nos consultórios é baseado em conceitos que soam estranhos aos
ocidentais, como os cinco elementos, o tao (equilíbrio entre yin e
yang), o
fluxo de chi (a grosso modo traduzido como energia vital) e xué (a grosso modo
traduzido como sangue), zang (traduzido como órgão por inexistência de palavra
adequada) e fu (literalmente oco, mas geralmente traduzido como víscera).
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